Rua da Mirititiua –
Alcântara-Ma.
Século XVIII
Tombo Federal
A Fonte da Mirititiua, dentre o conjunto de poços e fontes, é a maior e
mais expressiva peça. Registros oficiais apontam sua construção em meados de
1750, porém há versões que atribuem sua edificação ao primeiro donatário da
região, Antonio Albuquerque Coelho de Carvalho, ainda no século XVII. Seja como
for, certo mesmo é que o local, onde ela se situa, já era utilizado pelos
índios Tupinambás, que aqui detinham morada e conformava-se em ponto de
abundancia de água, agrupando nada menos que três mananciais diferentes. Em seu
funcionamento trata de convergir a captação destes mananciais para três poços
ali estrategicamente posicionados e destes para o jorrar constante das bicas da
fonte. Conta-se na idade, que durante o período colonial, a fonte detinha fama
que suas águas teriam propriedades terapêuticas, sendo por isso muito
requisitada pelos moradores. Sua arquitetura composta por frontão retangular,
encimado por pináculos e guarnecidos por muralha, toda ela revestida por
argamassa à base de cal, que se prolonga em delicada curvatura em forma de
elipse. A fonte corre por canal central, desde a abertura no frontão, formando
poço geométrico ao centro e desaguando na vertente mais baixa do terreno, de
volta ao curso das nascentes.
Neste local, afastado do centro de Alcântara, o ambiente urbano
transfigura-se. Envolto por um recorte de mata que não está sendo preservado (atualmente
esta área está passando por grilagens e invasões ilegais) podemos com
facilidade nos imaginar, ao som do cochicho das águas e do cantar dos pássaros,
mulheres que há bem pouco tempo engrossavam a procissão da cidade até a fonte
em busca das águas dos afazeres diários ou, ainda, sempre em grupo, todas de
cócoras, lavando roupas, dando banho nas crianças e colocando em dia os
assuntos da cidade. Sem muito esforço, esta cena ainda pode ser vista nos
arredores da área urbana, nos povoados quilombolas da região.
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