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sábado, 23 de março de 2013

FONTE DA MIRITITIUA

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Rua da Mirititiua – Alcântara-Ma.
Século XVIII
Tombo Federal

A Fonte da Mirititiua, dentre o conjunto de poços e fontes, é a maior e mais expressiva peça. Registros oficiais apontam sua construção em meados de 1750, porém há versões que atribuem sua edificação ao primeiro donatário da região, Antonio Albuquerque Coelho de Carvalho, ainda no século XVII. Seja como for, certo mesmo é que o local, onde ela se situa, já era utilizado pelos índios Tupinambás, que aqui detinham morada e conformava-se em ponto de abundancia de água, agrupando nada menos que três mananciais diferentes. Em seu funcionamento trata de convergir a captação destes mananciais para três poços ali estrategicamente posicionados e destes para o jorrar constante das bicas da fonte. Conta-se na idade, que durante o período colonial, a fonte detinha fama que suas águas teriam propriedades terapêuticas, sendo por isso muito requisitada pelos moradores. Sua arquitetura composta por frontão retangular, encimado por pináculos e guarnecidos por muralha, toda ela revestida por argamassa à base de cal, que se prolonga em delicada curvatura em forma de elipse. A fonte corre por canal central, desde a abertura no frontão, formando poço geométrico ao centro e desaguando na vertente mais baixa do terreno, de volta ao curso das nascentes.                  Neste local, afastado do centro de Alcântara, o ambiente urbano transfigura-se. Envolto por um recorte de mata que não está sendo preservado (atualmente esta área está passando por grilagens e invasões ilegais) podemos com facilidade nos imaginar, ao som do cochicho das águas e do cantar dos pássaros, mulheres que há bem pouco tempo engrossavam a procissão da cidade até a fonte em busca das águas dos afazeres diários ou, ainda, sempre em grupo, todas de cócoras, lavando roupas, dando banho nas crianças e colocando em dia os assuntos da cidade. Sem muito esforço, esta cena ainda pode ser vista nos arredores da área urbana, nos povoados quilombolas da região.

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