O jazigo da família Gomes de Castro localizado ao lado da Igreja do Carmo na cidade histórica de Alcântara-Ma foi violado há mais de 30 dias e nenhuma providência até o momento foi tomada para o caso. Os motivos e o autor do ato são desconhecidos, o que se têm conhecimento é do descaso para com a memória dessa família ilustre de alcantarenses que jazem naquele espaço hora abandonado e desprotegido dos vândalos.
O serafim já trouxe em um dos seus números anteriores a brilhante história de um membro ilustre dessa família, trata-se de Augusto Olimpio Gomes de Castro que voltaremos a publicar relembrando a importância dessa família para o município de Alcântara e o merecimento do respeito aos seus mortos não só no dia dedicado a eles.
Augusto Olímpio Gomes de Castro nasceu em Alcântara, aos 7 de novembro de 1836, tendo sido seus pais, Januário Gomes de Castro e Ana Francisca Gomes de Castro.
Feitos os estudos primários, na sua cidade natal, em viajou Gomes de Castro, em 1853 para São Luis, matriculo-se no Liceu Maranhense e, em 1856, concluiu o curso de Humanidades.
Nascido na obscuridade, apesar de nobre de origem, teve Gomes de Castro, para seus estudos secundários, de apelar para o emprego público.
Em 1857, matricula-se na Faculdade de Direito, em Recife, onde se diplomou em 1861, depois de um curso brilhante e uma conduta acadêmica exemplar.
Volta à Alcântara a 6 de março de 1862, sendo nomeado promotor público da Comarca de Alcântara, pelo Presidente Antônio Manoel de Campos Melo.
Foi demitido em 1864, pela imposição política da época, é que Gomes de Castro já militava no Partido Conservador, tendo o mesmo desposado a Srª Ana Rosa Viveiros de Castro, filha do Barão de São Bento, chefe daquele partido na província.
Deixa a magistratura em virtude de sua exoneração e envereda-se pelo jornalismo, pela advocacia e pela política.
Ficou à frente dos jornais a Situação, 1864/1868, dirigindo o Tempo 78/81, e depois O PAÍS, de 82/88.
Na política, figura o nome de Gomes de Castro pela primeira vez em 1862, como Deputado à assembleia Legislativa Provincial, mas somente a partir de 1868 é que se torna acentuada nas fileiras do partido Conservador, que o elege deputado à Assembleia Geral Legislativa em 1867.
Gomes de Castro, baixo, recatado, um dos olhos defeituoso, mas de um talento fora do comum, todas as vezes que falava, empolgava o ânimo dos espectadores, arrancava aplausos e comentários. Borbulhavam-lhe as frases dos lábios como de inesgotável, manancial. Quase não fazia pausas, não lia, não compulsava apontamentos, não beba água. Prolongava-se difuso o discurso, ora fervilhando, ora remoinhado. Consistia a postura predileta do orador em colocar a mão esquerda nas costas, gesticulando acentuadamente com a destra.
Dicção cadenciada, pureza na articulação, possuído do assunto, por isso comover os ouvintes.
Foi convidado muitas vezes para exercer cargos, mas declinava de tais honras, indicando ora um, ora outro colega, para alta posição política.
Gomes de Castro faleceu a 31 de janeiro de 1909, na Capital da República.
0 comentários:
Postar um comentário