A fidelidade à Corte e a Santa Croa (Coroa) portuguesa teve como consequência para o município e seu povo, o abandono e o esquecimento.
Coincidências ou não, 300 anos depois da vinda de Bequimão a Alcântara, convidar o povo destas terras a unirem-se em busca do que é justo e de direito, o Governo Federal instala uma Base Militar Aeroespacial no território. Porém, assim como fora no passado para os habitantes locais (batizados de nativos), é hoje vivenciado por mais de 22 mil habitantes (novamente batizados de nativos).
O Governo destinou mais da metade do território do município para fins aeroespacial, onde fez o remanejamento forçado de comunidades tradicionais descendentes em sua maioria dos sofridos quilombolas abandonados.
A população espera há mais de 30 anos as contrapartidas do governo por essa invasão em seu habitat e modo de viver, que até hoje apesar dos avanços tecnológicos do séc. XXI é primitiva.
O Governo colonial quando da Revolta de Beckman, desfrutava de todos os privilégios e regalias da Corte, enquanto que o povo tinha que se virar de qualquer jeito. Nada é diferente do passado para a atual população que vive no que restou do território. Os habitantes e servidores do complexo aeroespacial do G.F em Alcântara são dotados de regalias e privilégios, enquanto que os moradores locais têm que depender das opções que surgem e que muitas das vezes não está adequada para os padrões atuais de desenvolvimento humano.
Não há interação dos uniformizados do Governo e os habitantes locais parecendo água e óleo na homogeneização.
Venerar ações de ajuda efetuadas por eles em benefício do povo, somente em casos de extrema emergência é permanecer no passado.
Ao culparmos as sofridas e rústicas embarcações de madeira que operam no transporte de “passageiros comuns “ em Alcântara para nos sentirmos melhor nessa diferença existente na atual densidade demográfica do município, estamos sendo injustos, na verdade essas embarcações são a salvação dos alcantarenses e visitantes do município por via marítima. Prova ocular da inoperância do Governo Federal para com o social alcantarense.
Ficam as perguntas: em que essas pessoas são melhores para usufruírem ou impedirem os habitantes locais de terem os mesmos direitos humanos?
Querem ir para o espaço como Ser Humano, ou será que pensam que vieram do espaço e são extraterrestres?
Ou mais ainda, que somos nativos e por isso selvagem?
Logo, não somos humanos?
24 de fevereiro de 2014 ( O Serafim).
1 comentários:
Visitei São Luís e Alcântara a 17 anos e retornei agora em 2014, nas duas vezes fui muito bem recebido, mas me entristeceu constatar que nada mudou e pior, no caso da capital, regrediu uns 20 anos. Uma pena mesmo, esse povo sofrido merecia governantes de verdade, não esses hipócritas, que não preciso citar, todos sabem a quem me refiro. Outubro está próximo, vote certo povo maranhense!
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