Professor Doutor em Paleontologia
Manoel Alfredo Medeiros concedeu
entrevista ao O SERAFIM, onde relatou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela
UFMA através do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueológica do
Maranhão.
O professor Manuel Alfredo Medeiros, Doutor em Paleontologia esteve em
Alcântara para mais incursões com alunos do curso de Ciências Biológicas da
UFMA (Universidade Federal do Maranhão) em busca de novas áreas que
possivelmente possam abrigar fósseis pré-históricos em nosso município.
Procurado pelo O SERAFIM na última quarta-feira (25), o professor falou
a respeito do Projeto que tem como principal parceiro a FAPEMA e que vem
desenvolvendo em várias regiões do Estado, onde Alcântara é um deles, por
possuir na Ilha do Cajual, uma área com elevada
concentração de fósseis por metro quadrado. Ela concentra mais fósseis de
dinossauros por unidade de área do que qualquer outro afloramento do país. E contém uma grande variedade de formas
dinossaurianas, além de restos de peixes, crocodilos, quelônios, pterossauros e
diferentes formas vegetais. Reúne uma mistura de fauna marinha e continental,
documentando um paleoambiente típico costeiro.
Esse Projeto visa dar
prosseguimento no levantamento e catalogação dos registros fósseis do Maranhão
que já acontece há bastante tempo por estudiosos da área, assim como ele.
Relatou também que:
A Formação Alcântara,
unidade litoestratigráfica predominante em exposição no litoral maranhense,
contém a mais diversificada fauna de vertebrados fósseis conhecida do
grupo Itapecuru.
É de idade
Albiana-Eocenomaniana (Cretáceo Médio – entre 113 e 95 milhões de anos atrás) e
é composta por um conjunto de arenitos estratificados, folhelhos sílticos, com
a presença de lentes de calcário e eventuais conglomerados, estes formados por
processos de tempestades de grande intensidade e, subordinariamente, correntes
de maré em ambientes marinhos rasos transicionais.
Uma grande coleção de
fósseis da Laje do Coringa e outros afloramentos da Formação Itapecuru da Ilha
do Cajual estão depositados no museu da UFMA, em São Luís, outros, abrigados no
Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão.
Os fósseis
maranhenses ajudam a reforçar uma importante interpretação da história dos
continentes. A similaridade faunística entre o norte maranhense e o norte
africano em meados do Cretáceo, nos ajuda a entender que um dia estes
continentes já estiveram unidos em um único bloco de terra emersa: o Gondwana.
“Seria impossível explicar esta similaridade entre as faunas se considerássemos
que a posição dos continentes sempre foi a mesma que hoje. Temos que admitir
que a África e a América do Sul já estiveram unidas num passado remoto”,
destaca o paleontólogo Manoel Alfredo Medeiros.
O professor Alfredo
Medeiros comprometeu-se em mandar um material completo da pesquisa para que o
SERAFIM possa estar publicando em breve uma matéria mais detalhada desse
assunto tão importante para o entendimento da vida na pré-história.

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