
As comunidades tradicionais do município de Alcântara ainda vêm mantendo
a tradição da troca da força de trabalho entre as famílias para a produção de
farinha de mandioca. O Serafim
esteve nesta quinta feira dia 05 na agrovila de peru para acompanhar uma das
etapas em que a comunidade se reúne em mutirão para o processo dessa produção.

O Sr. José Silva, conhecido na comunidade por Zeca, relatou ao Serafim que desde que se entendeu, já
conheceu e participou desse sistema da troca de força de trabalho entre os
membros das comunidas, mas que hoje vê de forma preocupante a sobrevivência do
sistema, já que os jovens tem pouca participação nesse processo atualmente.
“O período entre o início da roça
até a colheita é de aproximadamente um ano.” Diz o Sr. Eugênio Diniz (alfinete como é conhecido), mas que se
tivessem assistência técnica poderia estar produzindo com menos esforços e
obtendo uma melhor qualidade do produto final. “aqui, cada um planta a maniva que tem e colhe a raiz que ela conseguir
produzir, mas se tivesse um acompanhamento técnico tenho certeza que iria
colher mais, todos nós”. Desabafa.
O sistema de produção agrícola no município ainda é o: “roça de toco”,
que consiste na derrubada da mata e, queima, para em seguida fazer o plantio,
método este usado desde seus antepassados. “De lá pra cá! É lógico que houve
algumas mudanças.” Afirma o Sr. George (outro membro da comunidade que
participava das atividades no mutirão). Dando como exemplo a casa de farinha
junto a toda sua infraestrutura de funcionamento que receberam quando
remanejados para essas agrovilas nos anos 80 pelo Governo Federal e, que veio a
facilitar a lida do manejo da matéria prima (mandioca) para a produção da
farinha em suas comunidades, mas que toda a manutenção da estrutura física e de
funcionamento da casa de farinha, há muito que é responsabilidade “deles” com
sua associação. Falou que este ano mesmo, aconteceu a falta do transporte da colheita,
da roça para a casa de farinha, onde é realizado o processo final, o motivo foi
o trator usado pela comunidade ter sofrido um problema mecânico e ter passado
vários meses parado e, coincidentemente na época da colheita, vindo a onera o
custo da produção para os agricultores da comunidade de Peru, com o frete de
veículos particulares para escoarem a produção da roça e colherem os frutos.
Ops! a farinha. Mas, que o problema já está solucionado e que em poucos dias o
trator voltara a operar na ajuda da comunidade.


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