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sábado, 16 de fevereiro de 2013

IGREJA DO CARMO

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As divergências a respeito da datação da vinda do Carmelita Alcântara nos permite afirmar apenas que se tratava do século XVII, logo após a doação do terreno à Ordem dos Carmelitas para a construção do templo. Entretanto a edificação que conhecemos retrata o momento para artístico vivido no século XVIII, emocionante testemunho da manifestação maranhense o imaginário barroco. Situada no coração do centro histórico da cidade, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo figura, certamente, como um dos principais monumentos religiosos do Maranhão.
Sua implantação imponente ocupa destacado sítio isolado, apresentando anexo a uma de suas laterais remanescentes do antigo Convento dos Padres Carmelitas Calçados – estruturado em galeria e pátio, já em ruínas desde o final do século XIX. Possui fachada simétrica destacando-se as portadas de aceso, de feições rococó, esculpidas em cantaria lioz. Adorna a cercadura da entrada principal, volutas desenvolvendo-se para pequeno frontão concheado por festões de rosas, e na portada lateral de acesso ao alpendre estaca-se o brasão lavrado com as armas da Ordem dos Carmelitas. Completam a composição da fachada frontão curvilíneo, com óculo centrado ladeado por duas torres sineiras de seção quadrada, cobertas por abobadas em meia esfera.
Apresenta nave única e capela-mor (com sacristia), separadas por arco cruzeiro adornado com altares delineados nas equilibradas proporções do neoclássico, transepto com altar à direita e capela à esquerda dedicada ao Bom Jesus do Passos. Merecem menção elementos como as galerias laterais e alpendre, que dão acesso às tribunas saltadas e ao coroo, este adornado por medalhão de Maria, em madeira dourada. De arte azulejar, o barrado da nave principal e capela-mor são exemplos primorosos. Como diversas artes aplicadas, a azulejaria, ao longo dos séculos, adquire muitas das características dos movimentos culturais de cada período. Segundo Margareth Gomes Figueiredo “a arte azulejar refloresceu com a policromia no Rococó, ostentando concheados, curvas, motivos florais,, etc. No período de mudança para o neoclássico,surgiram os painéis do tipo almofadado marmoreados, que logo dão continuidade a padronagens de tapete”. Todas estas tipologias ao encontradas nos cilhares da Igreja. Restaurados em 2007, se dividem em vinte e cinco painéis, em sua maioria almofadada, adornando a nave principal. E outros em padronagem de estilo pombalino do final do séc. XVIII, revestindo a capela lateral. Vale ainda destacar as pias batismais e de água benta. A primeira em mármore, talhada em gomos e adornada por folhas de acanto e perolado, a segunda, talhada em pedra em formato de concha, engastada na face interna da fachada principal, com frontispícios em composição azulejada.
De feição rococó, o retábulo do altar-mor é um espetáculo à parte, Com trono escalonado piramidal, desenvolve-se sobrecarregado por ornatos antropormofos dourados, do séc. XVIII, aparecendo também no arco-cruzeiro. Sua estrutura aproxima-se do Estilo Nacional Português, popular naquele país até 1720, apresentando pilastras laterais pseudo-salomônicas, profusamente ornamentadas em elementos fitomorfos, coroamento em arcos concêntricos de inspiração romântica, dotadas de arquivoltas no arremate, com escudo simbólico ao centro, além de nichos com imagens sacras, laterais ao camarim. Por fim, empregando sua marca inconfundível, o imaginário barroco mostra toda sua exuberância e emoção através da profusão de anjos que ocupam todos os espaços do retábulo.

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