Pages

Banner 468 x 60px

 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

CASA DE CADEIA E CÂMARA

0 comentários
Exigida por lei quando da elevação do arraial à vila, em 1648, não se sabe exatamente a data de construção deste edifício, que por suas características, possivelmente seja do final do séc. XVIII. Construída
para abrigar o Governo local de então, chegou a abrigar a Penitenciária estadual em meados do Séc. XX. Seguramente dentre os prédios mais surpreendentes do conjunto edificado de Alcântara, encontra-se implantado isolado, o que lhe confere merecido destaque no conjunto da Praça da Matriz. Em sua fachada principal o jogo entre cheios e vazios privilegia levemente os paramentos de alvenaria, onde se distribuem as envasaduras algumas gradeadas, conferindo à implantação certa robustez. Marcada por acesso central destacado dos demais em portada encimada por brasão da Vila de Alcântara, através de amplo vestíbulo o visitante pode ascender ao pavimento superior ou adentrar ao pátio das celas. Surpreende-se quem primeiramente visita este espaço, com suas grades, antigas celas e solitárias, cerrado por enormes muralhas de sólida alvenaria de pedra e cal, e poço ao centro. 

Sendo deste ambiente hostil, subindo à varanda, a metáfora do contraste entre liberdade e cativeiro, tão presente na sociedade escravista do Séc. XVIII, se materializa. Estando neste patamar, acima da muralha que encerra o claustro, descortina-se a vista secular da Ilha do Livramento, perspectiva exclusiva aos nobres que compunham a Casa de Câmara, apresentada em enquadramento perfeito no pano de visão limitado pelas empenas do edifício. Assim, a leitura desta arquitetura tão representativa de deixar compreender numa mescla com a paisagem natural que a cerca, delegando por ironia do acaso, a antagônicos direitos a cada classe social na rígida hierarquia colonial: aos encarcerados, o claustro, e à Casa de Câmara, o livramento.

0 comentários:

Postar um comentário