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sábado, 17 de agosto de 2013

QUERUBINS X SERAFINS

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“Parece que o anjo supremo entre os que pecaram não era o supremo de todos”. Santo Tomás de Aquino na Suma Teológica (I, q. 63, art. 7)
Já partindo da pressuposição católica de que Lúcifer era o superior dentre todos os Anjos.                                                 “Do anjo [mau] se diz em Ez. XXVIII, 14: Eras um querubim protetor de asas abertas. Estavas na alta montanha de Deus e passeavas entre pedras de fogo. Ocorre que a ordem dos querubins é inferior à dos serafins, como afirma Dionísio em sua Hierarquia Celeste (c.7). Logo, parece que o anjo supremo entre os que pecaram não era o supremo de todos”.
 Na Sagrada Escritura, muitas vezes o nome se refere à operação ou função do Anjo. Assim, o texto bíblico, ao indicar que o demônio caído era um querubim (Ex. XXVIII, 14), aborda um aspecto específico, a saber: os querubins são assim denominados, de acordo com a tradição bíblica, pela plenitude de ciência, ao passo que os serafins são os que estão abrasados pelo amor divino. Ora, quem tem ciência pode pecar, mas não o pode quem está abrasado pelo amor Divino. Por esta razão, o nome “querubim”, nesta passagem de Ezequiel, designaria exatamente o que tinha a plenitude da ciência, mas sem estar abrasado pelo amor divino. Isto quer dizer que Lúcifer (o mais elevado de todos) é ali designado tão somente pelo que lhe restou, após o pecado: uma grande ciência, sim, mas inflada pelo orgulho e pela vaidade, porque não era abrasada pelo amor de Deus.
Isto considerado, Santo Tomás nos leva a concluir que, se fosse um querubim, Lúcifer não seria o mais elevado de todos, e na Escritura ele é designado como querubim para mostrar os despojos ontológicos em que jaz, a partir de sua hedionda revolta contra o Criador: uma sabedoria obstinada na soberba, no ódio, na inveja.
 Deus, Ato Puro sem mescla de potência, é omnisciente: conhece absolutamente tudo num só ato, contemplando a Si mesmo e as coisas que criou, pois n’Ele Ser e conhecer identificam-se em grau máximo;
 O serafim mais elevado conhece as coisas com menos atos intelectivos do que os Anjos de ordens inferiores, os quais têm em sua inteligência infusa formas inteligíveis menos universais. Portanto, os serafins são os Anjos cujas ideias estão mais próximas das ideias da mente Divina. Este grau de universalidade das espécies infusas angélicas diminui progressivamente, indo do mais elevado serafim ao mais modesto Anjo custodiador (ou da guarda);

 O homem, criatura cujo Ser, potências e operações são muitíssimo mais limitados, tem um conhecimento das coisas incomensuravelmente menor — tanto intensiva quanto extensivamente. Conhece, com muitíssimos atos intelectivos (ou seja, com grande esforço), apenas alguns aspectos do real, dado o caráter abstrativo de sua parca inteligência. E mais: o seu conhecimento pode crescer pela investigação, ou perder-se pelo esquecimento, por problemas de ordem psicológica, etc. Por isso o Doutor Comum afirma, no começo da Suma Contra os Gentios, que entre nós e os Anjos há uma distância muitíssimo maior do que a existente entre nós e os animais irracionais.

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