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sábado, 20 de abril de 2013

RUA DA AMARGURA

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É interessante pensar no fato de que a Rua da Amargura, apesar de se compor atualmente por esqueletos de edifícios que já não o são, é considerada por muitos, um dos pontos mais convidativos da cidade de Alcântara, e de maior beleza cênica. O fato de estar debruçada sobre a perspectiva da Baía de São Marcos, coroada com a silhueta de São Luis e céu anil do equador ao fundo, poderia explicar o fascínio que este local exerce sob quem se propõem a percorrê-lo, não fosse a paisagem tão comum a outros pontos do Centro Histórico. De onde, pois, surge esta sedução? Em seu ensaio intitulado A Ruína, Georg Simmel afirma que as ruínas, apesar de fragmentos de um todo já não existe, constituem-se de algo pleno de sentido, Simmel aborda a questão versando sobre o eterno confronto das forças (ou vontade) da natureza e do ímpeto transformador do homem, o qual chama de vontade de espírito. Segundo Simmel, ao contrário da escultura, que sem os braços “não passa de uma obra de arte subtraída de suas partes”, na arquitetura, na media em que o edifício se arruína, este processo nada mais significa que as “forças da natureza começaram a predominar sobre a obra humana” construindo novo sentido ao todo. Aí estaria o foco do poder da sedução da ruína, na medida em que, ao contrário da escultura e da pintura – nas quais a matéria de curva a vontade do espírito – nas obras arquitetônicas “a matéria sempre permaneceu natureza”, e se a ruína esta volta a predominar, ela executa com isso apenas um direito que até então estava em desuso, mas a qual ela nunca renunciou. Por isso a ruína tem tão amiúde em efeito trágico – mas não triste.

Ao longo dos tempos, a Rua da Amargura vem sendo abandonada sem que ninguém tome uma atitude responsável e comprometida a fim de garantir a sobrevivência dessa maravilha.                                   É imprescindível que tomemos uma atitude para preservarmos essa vista cênica, A BELA VISTA que outrora a batizou.
         Muitos moradores e comerciantes da área próxima da Rua da Amargura colocam todo tipo de resíduos sólidos (inorgânicos e orgânicos) por toda sua extensão, transformando a mesma em um verdadeiro lixão. Observa-se que o abandono e o descaso para com o acervo da Rua da Amargura, não é só culpa dos órgãos competentes engloba também uma boa parte da sociedade local.
A explicação que o problema de abandono da Rua da Amargura é um caso das autoridades competentes, e que o povo não tem nada a ver com isso. Só comprova a falta não de conhecimento, mas de consciência de boa parte da população (principalmente desses agressores atuais) do que poderá vir acontecer com a rua, se persistir esse descaso.
         Admitirmos essa ideia é considerarmo-nos desprovidos de consciência como a maioria daqueles que sabem da importância que é a Rua da Amargura, como acervo histórico e artístico da cidade de Alcântara e que nada fazem para pelo menos minimizar o problema.
         Se quisermos deixar essa beleza histórica para as futuras gerações, precisamos urgentemente repensar nossas atitudes.
Não podemos esquecer nunca, que:
         PARA PRESERVAR, PRECISAMOS PRIMEIRO CONSERVA!
O abandono da Rua da Amargura é do conhecimento da maioria das pessoas, mas ninguém toma atitude alguma para conservar o que ainda resta do seu acervo.
         O tempo passa e com ele a história vai-se indo...
Na Rua da Amargura vê-se o físico dos casarios serem transformados em imaginário na mente dos que a visitam.  Devemos nos unir na conservação desse patrimônio físico da Rua da Amargura, e assim podermos propiciá-lo às próximas gerações. A Rua da Amargura já não possui os imponentes sobrados como antigamente, todos arruinados pela ação voraz do tempo e do homem.
         A Rua da Amargura compõe-se hoje por esqueletos de edifícios, mas mesmo assim ainda encanta quem a visita, talvez por sua BELA VISTA amargurada pelo tempo.

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